As alegrias e os desafios do trabalho compartilhado entre pais e filhos
11 de agosto de 2023 - 08:51
Helena Demes Assessora de Comunicação e Marketing Ceasa-CE Texto: Helena Demes Fotos: Epitácio Moura
A rotina deles é puxada. O trabalho na Ceasa-CE começa ainda na madrugada, meia noite, uma da manhã, quando muita gente ainda está dormindo, e segue até 11h, meio dia. Mas, todos amam o que fazem, ainda mais porque trabalham ao lado dos filhos e estes, por outro lado, aprendem todos os dias ao lado dos seus pais.
Muitas são as gerações que passam de pai para filho no entreposto da Ceasa em Maracanaú. É o caso, por exemplo, do permissionário Geraldo Vanderlei Aguiar da Silva, que herdou o negócio do pai, Sebastião Argemiro da Silva, o Argemiro do Tomate, que se ainda estivesse na ativa, estaria com 42 anos de Ceasa. “Nosso negócio passou do meu pai para mim, que já estou com 35 anos de Ceasa, e hoje conto com a ajuda do meu filho Kauã” explica Geraldo.
Seu Geraldo conta que foi trabalhar com o pai na adolescência. “Ele começou vendendo duas, três caixas de tomate e se tornou conhecido no Brasil inteiro entre os anos 90 e 2000. Dei continuidade ao negócio e hoje vendemos em torno de 40 produtos, inclusive para grandes marcas de atacarejo. Nosso negócio vem atravessando gerações, pois meu filho veio trabalhar comigo na pandemia, gostou e ficou, mas está fazendo faculdade de Administração também. Sempre digo ao meu filho para estudar, pois o mercado é muito agressivo e evolui muito rápido,” diz ele.
Geraldo Vanderlei Aguiar da Silva e o filho Antônio Kauã da Rocha
Antônio Kauã da Rocha, de 19 anos, filho do seu Geraldo, explica que foi trabalhar com o pai na intenção de ajudá-lo a ter mais qualidade de vida. “Como ele já vem há muitos anos trabalhando na madrugada, quero poupá-lo e ajudar nas questões mais burocráticas, como notas fiscais e relatórios. Hoje, ele tem mais qualidade de vida e nós também. Meu pai gosta mais das coisas no papel, é mais analógico e eu sou mais digital. Aí quando vou digitar as informações no computador, ele não gosta muito, mas aos poucos estamos mudando isso. Eu gosto demais de trabalhar com meu pai,” diz ele.
José Valdemir Gomes da Silva, o Baxim, permissionário da Ceasa há 36 anos, tem os filhos Wlademir e Vandson Pires da Silva, trabalhando com ele desde pequenos no frigorífico da família. A filha Jaqueline resolveu seguir a carreira de médica veterinária. Ele conta com muito orgulho que seus filhos são maravilhosos, além de profissionais exemplares. “Nunca tivemos problemas em trabalhar juntos, sempre respeitamos a opinião um do outro e por isso estamos juntos até hoje. Penso que se o filho não der certo para trabalhar com o pai, não dá certo com ninguém,” explica o Baxim.
José Valdemir Gomes da Silva e os filhos Vandson e Wlademir Pires da Silva
Para Vandson Pires da Silva, trabalhar com o pai traz todo dia um aprendizado. “Meu pai tem muita historia pra contar, muita experiência de vida, nos mostra o que é certo, o que é errado, adquirimos muito ensinamento com ele. Para mim, meu pai é um herói, por conta da história de vida dele,” destaca.
O permissionário José Robério Sousa da Silva, 28 anos de Ceasa comercializando laranja, abacaxi, tangerina e abacate, ganhou a companhia do filho Raylson Rodrigues Pereira da Silva, 21 anos, em 2020. “Meu filho terminou o 2º grau na pandemia e veio trabalhar comigo. Ele gostou, eu também e estamos trabalhando juntos até hoje. Pra mim é muito importante, pois é uma pessoa da minha extrema confiança, que sei que posso contar,” explica.
José Robério Sousa da Silva e o filho Raylson Rodrigues Pereira da Silva
Com 47 anos de Ceasa, o permissionário José Tavares, conhecido como “Zé Bocão”, comercializa todos os tipos de folhagens e tem há 10 anos a companhia do filho Jardel Tavares da Silva, em seu negócio. “Não temos nenhuma dificuldade em trabalharmos juntos, pois ele me ajuda e eu ajudo a ele e sempre tem a confiança entre a gente,” destaca.
José Tavares com o filho Jardel Tavares da Silva
Jardel Tavares da Silva explica que trabalhar com o pai é muito bom, mas às vezes tem divergência de opinião por conta da diferença de geração, mas com diálogo dá tudo certo. Ele explica que já está pronto para substituir o pai nos negócios. “Meu pai já quer se aposentar, pois vai fazer 70 anos e como ele não teve infância, pois sempre precisou trabalhar, já está na hora de descansar, de curtir mais a vida,” diz.